quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Um certo estagiário

Fonte: Google Imagens
Certa vez ouvi a seguinte assertiva: Só há um consenso entre os historiadores! O de que tudo é história. E como tal, a afirmativa plenamente aceita. E, dentro dessa visão discute-se aqui,  e sob a luz da historiografia, acerca de mais um fato histórico interessante.

Sempre que se assiste a algum filme, notadamente drama policial, observa-se que em relação a determinado culpado, a suspeita primeiramente recai sobre a figura do Mordomo.

Na mesma linha de raciocínio, estudos revelam que, possivelmente, a causa da morte do Imperador francês Napoleão Bonaparte, preso e exilado na Ilha de Santa Helena, numa espécie de mansão-prisão inglesa, após perder a Batalha de Waterloo, Bélgica, em 18 de junho de 1815 para a Inglaterra, teria sido por envenenamento.

Peritos e estudiosos, constataram grande concentração de arsênico (veneno letal/mortal igual ao chumbinho ou similar, atualmente), substância largamente utilizada em pinturas da época, e detectada em fios de cabelos examinados e ditos como do famoso imperador, conduzindo inicialmente a um suspeito, o seu mordomo - e aqui não se discute a grave doença que ele sofria, razão de sua postura, suprimindo sempre o estômago. Pesquisas afirmam que sentia muitas dores, provavelmente por causa de um câncer.

Caso semelhante, porém, muito interessante. Ouve-se falar e já tornou-se motivo de brincadeiras é a de que no escritório de advocacia, qualquer erro, vacilo a qualquer pretexto, atribui-se as falhas a quem? Ao estagiário!

De forma que já se tornou comum entre amigos, colegas de trabalho ou de convivência, galhofas e risos a qualquer pretexto, não importando o segmento social em que surge o fato, atribuir-se-á o fato danoso, fortuito ou de embaraço ao mordomo e ao estagiário.

Obviamente que isso necessariamente não é de todo real, visto que erros e enganos não proveem somente destes ou daqueles. Todos, e em qualquer lugar, são vulneráveis, conquanto estes se tornaram "vítimas" tanto quanto os portugueses pelas piadas envolvendo-os.

Diferentemente daquele estagiário que estivera naquela escola. Sujeito jovem, bonito, carismático e com grande conhecimento de causa, digo, da matéria por ele recepcionada, e que de pronto conquistou a maioria dos alunos, sobretudo a professora regente/titular que via naquele jovem a energia que o tempo - e os alunos! - lhe furtara ou que insistia em mina-la com o passar dos anos de magistério.

Estagiário este, que utilizava de vários recursos para apreender a atenção dos alunos, onde muitos ainda resistiam em não lhe guardar ouvidos, o que para tanto até gritava palavras de ordem, próprias da sua juventude, arroubos e pueril experiência, diferentemente daquela professora que o próprio tempo e seus alunos a ensinaram ser metódica, cautelosa,  receosa e aulas pouco agradáveis,  talvez! 

Reflexões a parte, eis que o comportamento daquele jovem estagiário provavelmente não teria também agradado também alguns alunos, e aqui não se discute os reais motivos,  eis que todos - professores, alunos, cidadãos - são livres para se manifestarem acerca de tudo e, neste sentido também podem preferir aquela (professora) a este (estagiário).

De forma que, diante de comportamentos paradoxais ou de paradigmas diferentes - não em relação a matéria ministrada, base comum entre ambos - vem em baila a indagação e consequente reflexão:  Existe um modelo ideal, uma receita para se ministrar aulas interessantes? Como lidar com os adolescentes e suas vontades?

O que se pode concluir é que: É impossível agradar a todos, o tempo todo. Nem Cristo agradou! O importante é discutirmos os fatos, e assim construirmos conhecimentos, reflexões, possíveis inferências e transformações na sociedade.

Um comentário:

  1. Aprendi nesse mundo cão de meu Deus que tudo sempre era culpa da mais baixa escala, não importa o ambiente... Seja o Recruta, o Aluno, o Aspirante, o Estagiário ou o Mordomo. Sempre é culpa de um desses seres. Quanto agradar á todos... Isso é algo impossivel, mesmo o cidadão fazendo das tripas coração, sempre vai haver um insatisfeito. O que fazer? Apenas seguir os principios da democracia e continuar fazendo como a maioria prefere.

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