sexta-feira, 30 de março de 2012

Liberalismo, Nacionalismo e Intervenção Estatal

Fonte: Google Imagens
Após o Absolutismo, a história registrou várias teorias e concepções, sobretudo as que possibilitaram a ascensão do capitalismo,  e dentre as quais destacou-se o Liberalismo, ou seja, o marco divisor entre centralização e descentralização do poder estatal na busca da liberdade individual e pelo qual floresceu as teses liberais e nacionalistas, balizadas por ideologias que visavam promover e expandir os mercados livres e as liberdades civis, bem como  limitar os poderes da igreja que sobremaneira engessavam principalmente a Europa dos séculos  XVI e XVII.
 
As referidas teses liberais e nacionalistas defendiam que o Estado não deveria intervir nas relações econômicas, políticas ou sociais. De modo que  a a própria funcionalidade (por si só)  se autorregularia  da melhor forma possível - Já se pensava na livre concorrência e em privatizações! Será? Os iluministas e suas ideias.
 
Assim, os segmentos ganhavam, aos poucos, um caráter democrático. Os poderes do Estado estariam normatizados por uma Constituição com a separação/divisão dos poderes Legislativo,  Executivo e Judiciário. O Estado deveria servir ao cidadão, respeitando-se a liberdade e a dignidade individual em proveito de todos.
 
Cediço é que nesta concepção ideológica, o Estado ficaria completamente separado da igreja - surgimento do Estado laico. Cada cidadão poderia praticar livremente sua crença religiosa. A liberdade de culto e de convicções filosóficas seria um direito de todos.
 
Nesta mesma perspectiva, o respeito pela formação natural dos povos, ligados por laços étnicos e/ou linguísticos, além de outros laços naturais, assim como o direito de todos os povos lutarem por sua independência como nação iria autodeterminar o direito dos povos de viverem num território unificado.
 
As teses liberais e nacionalistas tiveram grande importância nos movimentos pela unificação da Itália e da Alemanha,  servindo de base para o restante do mundo,  e suas necessidades! 
 
A partir do século XIX/XX,  buscando-se melhorar as condições sociais devastadas por conflitos mundiais, conheceu-se outras roupagens e pelas quais o Estado atualizou a doutrina liberal, dando-lhe novas versões chegando  inclusive ao denominado "neoliberalismo", ou seja, um novo pensamento, porquanto tenha-se exigido novas adequações nas relações em geral visando o crescimento e o desenvolvimento  a  partir do fomento agroindustrial, eletroeletrônico, hídricos e  minerais - a exemplo do petróleo e seus derivados - o direito de propriedade e novas tecnologias,  dentre outros.
 
Atualmente, o Estado Democrático de Direito e a não intervenção estatal se tornaram visíveis e necessários; todavia, estes se fazem presentes para garantir a ordem e os direitos fundamentais elencados pela Carta Constitucional vigente (Art 5º e seguintes da CF/88), sobretudo no que tange ao mínimo necessário à sobrevivência, combinação e qualificação nas ações, conquanto oportunas e indispensáveis  a formação e o desenvolvimento do  Estado-nação.
 
Desta forma,  torna-se compreensível  a mitigação do Estado na aferição ou não de alguns preços de bens e/ou serviços,  a intervenção,  presença da polícia,  força nacional ou não nos morros, favelas,  invasões, entre outras ações, com o fito de coibir  a ocupação desordenada e/ou sem a autorização estatal ou mesmo no comércio pelo uso ou tráfico de entorpecentes, detenções, reclusões etc, frutos da ilegalidade e/ou crime, causando ondas de violência e de instabilidade social, sobretudo no meio urbano, constatado  diuturnamente - e aqui não se  discute as ocupações várias e de violências no campo, objeto de outras reflexões.
 
Ressalta-se  que essas teses aplicadas na administração pública-social buscam (ou) tão somente garantir a segurança e o respeito nacional, dentro e/ou fora do território,  e pelas quais constata-se ou não a  soberania de um povo,  estado ou nação,  mas que sobremaneira   irão determinar as  relações mundiais.
 
É só analisar!
 
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segunda-feira, 19 de março de 2012

Educar, ensinando... !


Fonte: Google
Discute-se atualmente na sociedade - e sob apreciação no Congresso Nacional - o Projeto de Lei (PL) denominado "Lei da Palmada",  no e pelo qual se proíbe  em detrimento de qualquer pretexto,  aos  pais de todo o País que utilize-a com o fito de ensinar e/ou  de educar o seu filho. Então,  tem-se  as várias opiniões acerca do assunto, eis que há correntes que argumentam, defendendo-a,  entretanto,  outras que não conseguem vislumbrar como as famílias poderiam conduzir a educação de seus filhos sem o direito de repreendê-los, utilizando-se das "inocentes" palmadas.
Haveria, então,  em todos os níveis ou classes sociais, condições de se oferecer uma educação básica, mínima e/ou adequada sem a imposição de limites? Ou de fazê-la sem o controle de seus gestores, objetivando-a? Será capaz de uma criança de pouca idade perceber a autoridade de seus pais apenas pelo diálogo? Especialistas dizem que não, e defendem a pequena coerção como imputação de limites, visto que a criança ainda não possui amadurecimento  intelectual ou congnitivo suficiente para diferenciá-los em suas prementes necessidades - até mesmo pelo afeto e seus  exageros! -  assim como não saberia administrá-las diante de iminente perigo. Estes, defendem uma educação com a utilização da palmada, sobretudo,  em tenras idades em que a criança ainda não sabe discernir o significado da palavra  "limite". Notadamente,  esta atitude deverá ser utilizada pelos genitores como último recurso, eis que o diálogo deve permear qualquer relação, e não seria diferente entre pais e filhos. Há  inclusive aqueles que defendem a velha e boa palmada  quando afirmam "Palmada não é santa; mas opera  milagre!"

Desta forma, a permissividade poderá ser confundida;  e então, a tenue linha do pátrio poder (Constitucionalizado), e da educação, estaria sendo ameaçada  por aquele que ainda está por locupletar-se,  familiar e socialmente, conduzindo todos ao desrespeito e/ou  vulnerabilidade generalizada.
 

Analisa-se então o papel dos pais, da família, da escola, do Estado,  conduzindo todos à reflexão. Isso faz lembrar daquele pai que,  sisudo,  procura a escola para saber do desempenho escolar de sua filha e se espanta com o resultado final - a  reprovação de série naquele ano. E indaga a professora: Como?! Não passou!!! Ficou em várias disciplinas! Porquê não me avisaram? Eu não tenho tempo de vir a escola, trabalho muito, não tenho tempo... Porquê não mandou o boletim para a minha casa? É, a culpa é da escola, quero a sua transferência,  agora! Minha filha não vai ficar aqui! É o que eu sempre falo, sobra sempre para os pais! Eu sabia que andando com aquela "outra" ia terminar nisso!
 
Bem, questionamentos a parte, pergunto-lhe: O que responder para aquele pai? Caberia tão somente a escola pelo bom desempenho da criança, do jovem, do adulto? Quais os agentes educacionais dentro de uma sociedade? Na verdade, todos ensinam e todos educam - bem ou mal, vai saber!. O que não cabe é a responsabilização somente de um segmento social.
 
Reflexões a parte, desabafos dessa natureza tornou-se comum dentro do ambiente escolar. Mas e a estrutura da família? Pelo discurso do pai em epígrafe  consegue-se percebê-la ou melhor, compreendê-la? E não é só dessa forma. Tem-se várias outras estruturas desagregadoras  que impedem o real alcance do  objetivo das instituições de ensino - o do ensinar! e/ou paralelamente,  o do educar, ensinando.

Provavelmente muitos indagarão: E o Estado? O que o Estado tem feito para ajudá-los. Pais, filhos, escolas, professores... Educação pressupõe-se compromisso de todos, o começar em casa, no grupo social em que a família é a célula principal, mater, do desenvolvimento (primário) do indivíduo,  elo de ligação ou fio condutor que remonta uma sociedade, seus reflexos positivos ou negativos  solidificarão  ou não o Estado como um todo. 

Torna-se falacioso, eufêmico e até, comprometedor, o discurso de que o pai não poderá educar o filho com uma palmada, considerando-a meramente complemento da educação, eis que o Estado já dispõe inclusive de mecanismos para educar o pai,  punindo-o quando se tratar de espancamentos, torturas, privações em detrimento aos devidos cuidados que se deve ter com o filho - e aqui não se está discutindo outras formas de agressões e de violências contra os menores.

Ressalta-se  que  ao Estado caberá  futuramente  aplicar-lhe as "palmadas", porventura não dadas pelos pais, caso este venha a proceder contrário as normas vigentes que coíbem a má conduta, a falta de caráter ou  de indisciplina nas relações interpessoais ou sociais.

E então,  prefere educar o seu filho agora  ou deixá-lo para o Estado no futuro? Não esqueça: a mesma mão que dá, também tira!... Na ausência, deficiência ou displicência dos pais, professores e escola, o Estado,  age! Sem diálogo, afago,  carinho ou amor.
 
Pense nisso!

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segunda-feira, 5 de março de 2012

... As missivas!!!

Ao longo dos ensinamentos acadêmicos ministrados pelas escolas, faculdades e universidades aos discentes de todo o país,  o mais recorrente é aprender - e bem! - o Português, ou seja, ler e escrever a língua pátria com maestria para poder se comunicar,  e  estabelecer relacionamentos.

Inicia-se com o conhecimento, escrita e leitura das primeiras letras do alfabeto, seguindo pela junção destas na formação das palavras - muitas ambíguas, certamente - frases, períodos,  ideias,  enfim... Muito mais!!!
 
O interessante é que de letra em letra, frase em frase, período em período ... é possível construir um texto legal! Na verdade, o texto é uma redação com necessariamente começo, meio e fim,  a partir das tantas ideias. É o próprio exercício do conhecer e exercitar para aprender! 
 
De forma que estuda-se desde sempre, e pelo resto da vida,  a língua portuguesa - e outras! E, como tornou-se difícil ler, escrever e se comunicar! Parece que quanto mais se estuda a língua mais carecemos estudá-la! A linguística permite as várias formas de escrita, e consequentemente de comunicação. Para ela, o importante é que o indivíduo ao estabelecer a comunicação, a faça de modo que esta possa ser decodificada pelo outro, até porque existem outras formas de se comunicar, a exemplo,  pela  lingua dos sinais, o braile,  e até mesmo as virtuais e suas supressões.

Todavia, o que se constata cotidianamente é a cobrança da formalidade em vestibulares, concursos, testes, avaliações, estágios etc.  Seria, então,  balela o que eles (linguistas) defendem? Claro que não! Na verdade, a forma coloquial  foi e sempre será utilizada pelos povos, informalmente, porém, não se deve desprezar jamais a norma culta, ou seja, pelo registro formal se obedece as regras gramaticais da língua utilizada. Então, busquemo-nas.
 
Dentre as formas de se comunicar, o homem utilizou e ainda se utiliza das mensagens, - e dos mensageiros, é claro! - porém, depois que se aprende ler e escrever, o mais comum é procurar se comunicar bem, e de forma que um maior número de pessoas possa entender o que queremos transmitir com as nossas mensagens. As cartas são, nada mais nada menos, verdadeiras mensagens, textos, redações. As vezes, escrevemos coisas que sequer sabemos o que queremos ou queríamos dizer.
 
E as pessoas do passado? Só falavam? Como faziam quando estavam distante umas das outras? Escreviam cartas. Era difícil? Certamente, mas não era impossível - Os apaixonados que as digam, pelas suas de amores! E muitas eram colocadas dentro de garrafas, e só depois de muito tempo eram lidas.

No passado, pela própria ausência dos meios tecnológicos, as pessoas se utilizavam das correspondências escritas, a exemplo no século XV, o próprio Pero Vaz de Caminha, escriba juramentado pelo rei de Portugal, as utilizou bastantes para descrever as terras brasileiras encontradas, denominando-as   de "Paraíso encontrado".
 
De lá para cá, apesar dos avanços tecnológicos e da informatização - telefones, redes sociais, sites de relacionamentos entre outros - continuaram sendo utilizandas,  senão vejamos:



1. Exemplo: O pedido
        
"Prezado amigo Lauro Dourado,

Eu, por ser admirador das boas qualidades de Anádia, vossa filha querida, venho por meio desta pedir ela em casamento.
Caso sendo de gosto da digníssima família, peço sim ou não",

                                                                             Zeca Beijo.

 
2. Exemplo: A resposta
     
"Prezado amigo José do Nascimento,

Recebi sua cartinha. Fiquei ciente dos seus dizeres. Aceito sua proposta e vamos trabalhar para que Deus nos ajude a realizar este ato.
Obrigado e nada mais."
                                                                              Lauro.
 
E, então, conseguiu entender do que tratavam as mensagens? Observou a simplicidade dos textos? Seria possível mais diretividade? Certamente que não!

A comunicação necessita de clareza, objetividade, ou seja, se estabelecer o que se quer ou deseja. Não, carece necessariamente da norma culta, mas sobretudo, a possibilidade de decodificação dos diálogos ensejados entre as partes, principalmente se se der entre pessoas conhecidas ou com certo grau de afinidade. Também não há regra na quantidade de palavras empregadas, tampouco complexidade no discurso empregado, mas tão somente  a interpretação e/ou decodificação da mensagem. Diferentemente de outras situações em  que são exigidas dentro das formalidades, pretexto e  eficácia.
 
Os textos, denotados aqui de "cartas" exemplificadas,  foram mensagens trocadas por pessoas de pouco ou quase nenhum conhecimento, eis que não estudaram com a mesma regularidade da maioria dos alunos dos dias atuais, porém, pela simplicidade da linguagem e da escrita  utilizadas,  concluíram  exitosamente a comunicação, sobretudo,  nos objetivos propostos.

E, nesta perspectiva, fica desde já,  o agradecimento especial ao sr. Osvaldo Dourado Ribeiro ou simplesmente "Tio Osvaldo",  pela longevidade de seus 82 anos (15/07/30), simplicidade e leveza do discurso,  especialmente naquela rápida manhã de prosa (22/01/2012) em Canarana-BA.

Obrigada,
E,  até a próxima!                                      
 

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