segunda-feira, 5 de março de 2012

... As missivas!!!

Ao longo dos ensinamentos acadêmicos ministrados pelas escolas, faculdades e universidades aos discentes de todo o país,  o mais recorrente é aprender - e bem! - o Português, ou seja, ler e escrever a língua pátria com maestria para poder se comunicar,  e  estabelecer relacionamentos.

Inicia-se com o conhecimento, escrita e leitura das primeiras letras do alfabeto, seguindo pela junção destas na formação das palavras - muitas ambíguas, certamente - frases, períodos,  ideias,  enfim... Muito mais!!!
 
O interessante é que de letra em letra, frase em frase, período em período ... é possível construir um texto legal! Na verdade, o texto é uma redação com necessariamente começo, meio e fim,  a partir das tantas ideias. É o próprio exercício do conhecer e exercitar para aprender! 
 
De forma que estuda-se desde sempre, e pelo resto da vida,  a língua portuguesa - e outras! E, como tornou-se difícil ler, escrever e se comunicar! Parece que quanto mais se estuda a língua mais carecemos estudá-la! A linguística permite as várias formas de escrita, e consequentemente de comunicação. Para ela, o importante é que o indivíduo ao estabelecer a comunicação, a faça de modo que esta possa ser decodificada pelo outro, até porque existem outras formas de se comunicar, a exemplo,  pela  lingua dos sinais, o braile,  e até mesmo as virtuais e suas supressões.

Todavia, o que se constata cotidianamente é a cobrança da formalidade em vestibulares, concursos, testes, avaliações, estágios etc.  Seria, então,  balela o que eles (linguistas) defendem? Claro que não! Na verdade, a forma coloquial  foi e sempre será utilizada pelos povos, informalmente, porém, não se deve desprezar jamais a norma culta, ou seja, pelo registro formal se obedece as regras gramaticais da língua utilizada. Então, busquemo-nas.
 
Dentre as formas de se comunicar, o homem utilizou e ainda se utiliza das mensagens, - e dos mensageiros, é claro! - porém, depois que se aprende ler e escrever, o mais comum é procurar se comunicar bem, e de forma que um maior número de pessoas possa entender o que queremos transmitir com as nossas mensagens. As cartas são, nada mais nada menos, verdadeiras mensagens, textos, redações. As vezes, escrevemos coisas que sequer sabemos o que queremos ou queríamos dizer.
 
E as pessoas do passado? Só falavam? Como faziam quando estavam distante umas das outras? Escreviam cartas. Era difícil? Certamente, mas não era impossível - Os apaixonados que as digam, pelas suas de amores! E muitas eram colocadas dentro de garrafas, e só depois de muito tempo eram lidas.

No passado, pela própria ausência dos meios tecnológicos, as pessoas se utilizavam das correspondências escritas, a exemplo no século XV, o próprio Pero Vaz de Caminha, escriba juramentado pelo rei de Portugal, as utilizou bastantes para descrever as terras brasileiras encontradas, denominando-as   de "Paraíso encontrado".
 
De lá para cá, apesar dos avanços tecnológicos e da informatização - telefones, redes sociais, sites de relacionamentos entre outros - continuaram sendo utilizandas,  senão vejamos:



1. Exemplo: O pedido
        
"Prezado amigo Lauro Dourado,

Eu, por ser admirador das boas qualidades de Anádia, vossa filha querida, venho por meio desta pedir ela em casamento.
Caso sendo de gosto da digníssima família, peço sim ou não",

                                                                             Zeca Beijo.

 
2. Exemplo: A resposta
     
"Prezado amigo José do Nascimento,

Recebi sua cartinha. Fiquei ciente dos seus dizeres. Aceito sua proposta e vamos trabalhar para que Deus nos ajude a realizar este ato.
Obrigado e nada mais."
                                                                              Lauro.
 
E, então, conseguiu entender do que tratavam as mensagens? Observou a simplicidade dos textos? Seria possível mais diretividade? Certamente que não!

A comunicação necessita de clareza, objetividade, ou seja, se estabelecer o que se quer ou deseja. Não, carece necessariamente da norma culta, mas sobretudo, a possibilidade de decodificação dos diálogos ensejados entre as partes, principalmente se se der entre pessoas conhecidas ou com certo grau de afinidade. Também não há regra na quantidade de palavras empregadas, tampouco complexidade no discurso empregado, mas tão somente  a interpretação e/ou decodificação da mensagem. Diferentemente de outras situações em  que são exigidas dentro das formalidades, pretexto e  eficácia.
 
Os textos, denotados aqui de "cartas" exemplificadas,  foram mensagens trocadas por pessoas de pouco ou quase nenhum conhecimento, eis que não estudaram com a mesma regularidade da maioria dos alunos dos dias atuais, porém, pela simplicidade da linguagem e da escrita  utilizadas,  concluíram  exitosamente a comunicação, sobretudo,  nos objetivos propostos.

E, nesta perspectiva, fica desde já,  o agradecimento especial ao sr. Osvaldo Dourado Ribeiro ou simplesmente "Tio Osvaldo",  pela longevidade de seus 82 anos (15/07/30), simplicidade e leveza do discurso,  especialmente naquela rápida manhã de prosa (22/01/2012) em Canarana-BA.

Obrigada,
E,  até a próxima!                                      
 

E mais:

Nenhum comentário:

Postar um comentário