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Haveria, então, em todos os níveis ou classes sociais, condições de se oferecer uma educação básica, mínima e/ou adequada sem a imposição de limites? Ou de fazê-la sem o controle de seus gestores, objetivando-a? Será capaz de uma criança de pouca idade perceber a autoridade de seus pais apenas pelo diálogo? Especialistas dizem que não, e defendem a pequena coerção como imputação de limites, visto que a criança ainda não possui amadurecimento intelectual ou congnitivo suficiente para diferenciá-los em suas prementes necessidades - até mesmo pelo afeto e seus exageros! - assim como não saberia administrá-las diante de iminente perigo. Estes, defendem uma educação com a utilização da palmada, sobretudo, em tenras idades em que a criança ainda não sabe discernir o significado da palavra "limite". Notadamente, esta atitude deverá ser utilizada pelos genitores como último recurso, eis que o diálogo deve permear qualquer relação, e não seria diferente entre pais e filhos. Há inclusive aqueles que defendem a velha e boa palmada quando afirmam "Palmada não é santa; mas opera milagre!"
Desta forma, a permissividade poderá ser confundida; e então, a tenue linha do pátrio poder (Constitucionalizado), e da educação, estaria sendo ameaçada por aquele que ainda está por locupletar-se, familiar e socialmente, conduzindo todos ao desrespeito e/ou vulnerabilidade generalizada.
Bem, questionamentos a parte, pergunto-lhe: O que responder para aquele pai? Caberia tão somente a escola pelo bom desempenho da criança, do jovem, do adulto? Quais os agentes educacionais dentro de uma sociedade? Na verdade, todos ensinam e todos educam - bem ou mal, vai saber!. O que não cabe é a responsabilização somente de um segmento social.
Reflexões a parte, desabafos dessa natureza tornou-se comum dentro do ambiente escolar. Mas e a estrutura da família? Pelo discurso do pai em epígrafe consegue-se percebê-la ou melhor, compreendê-la? E não é só dessa forma. Tem-se várias outras estruturas desagregadoras que impedem o real alcance do objetivo das instituições de ensino - o do ensinar! e/ou paralelamente, o do educar, ensinando.
Provavelmente muitos indagarão: E o Estado? O que o Estado tem feito para ajudá-los. Pais, filhos, escolas, professores... Educação pressupõe-se compromisso de todos, o começar em casa, no grupo social em que a família é a célula principal, mater, do desenvolvimento (primário) do indivíduo, elo de ligação ou fio condutor que remonta uma sociedade, seus reflexos positivos ou negativos solidificarão ou não o Estado como um todo.
Torna-se falacioso, eufêmico e até, comprometedor, o discurso de que o pai não poderá educar o filho com uma palmada, considerando-a meramente complemento da educação, eis que o Estado já dispõe inclusive de mecanismos para educar o pai, punindo-o quando se tratar de espancamentos, torturas, privações em detrimento aos devidos cuidados que se deve ter com o filho - e aqui não se está discutindo outras formas de agressões e de violências contra os menores.
Ressalta-se que ao Estado caberá futuramente aplicar-lhe as "palmadas", porventura não dadas pelos pais, caso este venha a proceder contrário as normas vigentes que coíbem a má conduta, a falta de caráter ou de indisciplina nas relações interpessoais ou sociais.
E então, prefere educar o seu filho agora ou deixá-lo para o Estado no futuro? Não esqueça: a mesma mão que dá, também tira!... Na ausência, deficiência ou displicência dos pais, professores e escola, o Estado, age! Sem diálogo, afago, carinho ou amor.
Pense nisso!
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