sexta-feira, 1 de maio de 2020

Dia do Trabalhador



Do surgimento do homem aos dias atuais, a história tem registrado intensos movimentos de protestos e de reivindicações da população na busca de melhores condições de vida. Movimentos esses, iniciados timidamente nos campos, contudo, intensificados com o surgimento das cidades, sejam estes no âmbito econômico, social e/ou ideológico conquanto quase sempre divergentes.

Observou-se por meio da energia a vapor, trabalho físico, força mecânica, matéria-prima, seguidos pelo carvão, petróleo, eletricidade, disputa por mercados consumidores, novas máquinas, tecnologias modernas, um desafio muito maior: O da vida pelo trabalho senão a própria sobrevivência do homem, quiçá, de toda a humanidade.

O Texto Sagrado (Gênesis 3:19) assevera e, pela criação ou princípio do mundo, assim descreve: "Comerás o teu pão com o suor do teu rosto [...]". Teria a frase corroborado com os capitalistas contemporâneos? E na qual justaposta assertiva coadunou com a do calvinista, cientista e jornalista Benjamin Franklin (1706-1790), quando também afirmou: "O trabalho dignifica o homem". Certamente, locupletam-se pelo que se entende por ideal, racional, conveniente, talvez, a que se propõe ou objetiva do grupo social.

Ista salientar que a denominada Era das Revoluções, século XVIII, trouxe consigo luz e grandes transformações acerca dos entendimentos sobre direitos sociais, civis e políticos, estimulando inclusive a economia pelos meios e modos de se produzir, sobretudo pelos novos conceitos de liberdade, igualdade, fraternidade, tríade da Revolução Francesa, precedendo a própria criação do Estado Liberal e a mínima intervenção estatal.

A partir da Revolução Industrial iniciada na Inglaterra e depois espalhada para o restante do mundo, os novos meios de produção em série, iniciada com a primeira fase, porém, aperfeiçoada na segunda, marcaram significativamente as relações do capital e trabalho, colocando em xeque as próprias habilidades e competências laborativas do homem, sobretudo nas do europeu.

Aliás, neste momento, vieram também as doenças profissionais adquiridas pela insalubridade nas fábricas, a falta de equipamentos de proteção, saneamento, instrução e/ou qualificação na operacionalização das máquinas, o cansaço pela jornada excessiva de trabalho, contribuíam  para que os acidentes e as mutilações tornassem comuns na rotina do trabalhador em detrimento da segurança do operariado.

Assim, a classe operária começou a se organizar, se insurgir, e, então, já associados, ganharam força e conquistaram melhores resultados. No século seguinte,  surgem as primeiras agremiações de trabalhadores e os primeiros movimentos reivindicatórios  se evidenciam, dentre os quais, os em prol da redução da jornada de trabalho.

Desta forma, os conflitos a partir de então, marcaram os contextos e novos movimentos eclodiram, culminando com várias mortes de manifestantes, levando a realização da Segunda Internacional Socialista, França de 1889, quando instituíram o Dia Mundial do Trabalho, comemorado a cada 1° de maio, e, em homenagem aos que morreram nos enfrentamentos. Afinal, como dizia o filósofo, cientista social e revolucionário alemão Karl Marx (1818-1883), o "Capitalismo traz consigo a verdadeira luta de classes" - de um lado o patrão, e do outro, os operários. Tornando natural, e, até compreensível, em razão dos objetivos ou ideais e assim divergirem em algum momento, e, logo, se instalar o conflito.

Vale lembrar que a Europa recentemente passou por crise sem precedentes. Países como a Grécia, Alemanha, Espanha e França, experimentam movimentos bastantes análogos. Nestes dois últimos, a população local têm  protestado em defesa dos direitos conquistados e/ou adquiridos, uns inclusive sob assistência e tutela do próprio Estado como saúde, educação, segurança etc, porém, alvo de supressão por parte do governo, gerando grandes conflitos e insatisfações.

No Brasil, o processo de industrialização demorou um pouco mais - Até porque a Inglaterra tinha interesse nisso, afinal, teria de escoar seus produtos industrializados. Na primeira metade do século XX surgiram os primeiros sindicatos, demonstrando a capacidade de organização e mobilização dos trabalhadores brasileiros no contexto do crescimento do país. Em 1940, o presidente Getúlio Vargas, instituiu o salário mínimo, cujo objetivo era garantir as famílias trabalhadoras o necessário para moradia, alimentação, vestuário, educação, lazer.

Assim, a partir das primeiras garantias e direitos trabalhistas, os movimentos reivindicatórios cresceram e ganharam novos rumos e conquistas como o pagamento do 13° salário, férias, FGTS, participação nos lucros da empresa, licença maternidade e paternidade, descanso remunerado, plano saúde e seguro de vida, e atualmente, outras indenizações  para se dispensar o trabalhador.

O trabalho ganhou novo conceito pela própria essencialidade, designação, especialidade, estabilidade e/ou crescimento da lei da oferta e da procura, modificando o cenário das relações produtivas e trabalhistas. Assim, a distinção do rural, urbano, público, privado, assalariado, autônomo, temporário, estagiário, voluntário, avulso e/ou mesmo eventual, tornou-se apenas derivações, formas ou vínculos do labor, contudo, novos contextos e acepções acerca dos direitos trabalhistas individuais ou coletivos, não obstante todos serem trabalhadores na construção, desenvolvimento e crescimento do País.

Afinal, hoje, já se discute uma "Terceira Revolução", com indústrias aeroespaciais, robóticas e biotecnologias que avançam, reduzem cada vez mais os esforços humanos, onde equipes multiqualificadas trabalham em conjunto, diminuem os custos da produção, e, consequentemente, maximizam os lucros das indústrias e empresas em geral, meta do capitalismo desenfreado, todavia, exigindo cada vez mais do conhecimento intelectual de cada um neste processo.

E, então, trabalhador (a), sobretudo neste dia, parabéns!!!


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